sábado, 11 de julho de 2009

Mercedes-Benz SLR McLaren

Desrição dessa super maquina
Não faltaram qualidades seja para enquadrá-lo como Mito, seja como Super Máquina. A decisão final dependeu unicamente do fato de não se tratar de uma reedição verdadeira do carro que o inspirou e que o SLR McLaren homenageia.

Assim esta legítima Super Máquina, finalmente mostrou-se mais incrível e espetacular até mesmo que as mais exigentes expectativas. Com a divulgação oficial de um número maior de informações a respeito do projeto e concepção do carro, o que já era suficiente para ter o carro como verdadeiro objeto de desejo, fez com que este Mercedes ascendesse ao posto de uma das mais perfeitas máquinas a serviço da velocidade e do prazer de dirigir.

A extremamente bem concebida carroceria - cujos detalhes demonstram a preocupação em se produzir um veículo singular - já é um espetáculo a parte, quando se descobre que essencialmente foi moldada em um dos melhores e mais avançados materiais empregados na engenharia automotiva e aeronáutica - um compósito de fibra de carbono. Reservado a raros carros, como o Ferrari Enzo Ferrari, TVR Cerbera Speed 12, Lotec Sirius, Pagani Zonda C12S e Koenigsegg CC, a fibra de carbono tem sido usada com certa reserva em poucas máquinas exclusivíssimas, não porque não seja excelente, mas em função do preço elevado e da dificuldade de produzí-la em larga escala, especialmente em se tratando de peças de maior tamanho.

Mesmo outras super máquinas, igualmente surpreendentes, não tiveram em sua construção um emprego tão extensivo da fibra de carbono, às vezes usado apenas em algumas partes do chassis ou da carroceria. No SLR McLaren, os engenheiros não economizaram (literalmente) e produziram uma carroceria inovadora inteiramente a partir do material. Mais do que isso, elaboraram uma estrutura monocoque, com propósito semelhante ao de um bólido de Fórmula 1, onde tem papel tanto na estrutura geral do carro, como funciona como célula de sobrevivência. Peças como o assoalho, teto e portas, são feitas em uma peça única e os espaços vazios, preenchidos com uma espuma especial.

À frente deste monocoque, estão fixadas estruturas tubulares em alumínio, que vão servir de base para fixação de elementos como motor, suspensão, freios e demais componentes mecânicos. Nas suas extremidades, duas peças cônicas de fibra de carbono, com aproximadamente 62 cm de comprimento e de apenas 3,4 kg de peso, são parafusadas na estrutura de alumínio e unidas em sua extremidade frontal por uma barra também em fibra, servindo como elementos de deformação e absorção de impacto no caso de uma colisão frontal. O formato, dimensões e a quantidade de fibra empregada, bem como a tecnologia de produção das peças, foi extensivamente estudada durante 4 anos pelos engenheiros da Mercedes e McLaren, para propiciar elevados níveis de absorção, através da deformação destas peças, numa inédita inclusão em um carro de "série" de um recurso como este, antes presente só nas "Flechas de Prata" e outros F1.

A construção de toda uma série de elementos empregando a fibra de carbono, não apenas produz um conjunto mais resistente a torsão e flexão, do que um equivalente em aço ou alumínio, como também contribui para um peso final 50% menor, no caso do aço e 30% no caso do alumínio. O comportamento dinâmico é favorecido na medida em que a menor inércia em relação a um veículo com construção convencional, contribui para melhores níveis de aceleração, frenagem e dirigibilidade. Em termos de rigidez do conjunto, garantem os engenheiros alemães, que o SLR encontram um comportamente raramente visto em um carro de produção regular.

A preocupação com a dinâmica de um carro como o SLR McLaren, não poderia ser menor do que com a segurança. Assim, a estrutura tubular montada a frente do carro foi idealizada de forma que o motor ficasse atrás do eixo dianteiro (ou dianteiro central). O benefício desta configuração, vem da melhor distribuição do peso entre os eixos, posicionando o centro de gravidade do carro o mais próximo possível de seu centro geométrico. Mesmo o projeto do motor, levou em consideração tanto um bloco, quanto sua fixação tão baixo quanto possível, posicionando o centro de gravidade mais próximo ao solo. Isto traduz-se na prática em melhor comportamento sob as mais diversas situações de pilotagem.

O motor que no conceito Vision SLR, já era um capítulo a parte, na versão definitiva da máquina, é ainda mais poderoso e torna a experiência de acelerar o carro, simplesmente desafiadora. Trata-se "basicamente" do mesmo V8 de 5,5 litros usado no Vision, mas que recebeu doses extras de força dos engenheiros da AMG. O propulsor foi sobre-alimentado com um compressor mecânico bem compacto com dois rotores do tipo "parafuso", construídos em alumínio e recobertos com Teflon, a fim de reduzir perdas por atrito. O compressor é capaz de fornecer uma pressão de 0.9 bar a 23.000 rpm e o ar comprimido no motor é resfriado em dois intercoolers ar/água, sendo um para cada bancada de cilindros.

Devido às características do novo compressor, foi possível instalá-lo diretamente sobre o bloco, entre as bancadas (a 90º). Como em outros aspectos do carro, o gerenciamento do compressor é feito eletronicamente e só funciona se a central identificar a necessidade. Quando isto ocorre, um mecanismo eletromagnético aciona a polia onde a correia está ligada. E como os detalhes no SLR, não são apenas detalhes, a captação do ar vem através de um duto cuja abertura se dá justamente na área vazada da estrela de três pontas da Mercedes! O bloco e o cabeçote de três válvulas por cilindro, são inteiramente em alumínio. Os pistões e bielas são forjados e balanceados, assim como o virabrequim. Todo o processo de montagem de cada motor é feito manualmente por um único engenheiro da AMG, desde a colocação do virabreuim no bloco, até a instalação de cabos e mangueiras.

O resultado disto: são 626 cavalos de potência a 6500 rpm, um regime de rotação pouco usual para um motor V8! O torque máximo atingido é de 79.5 kgfm a partir de 3250 rpm e vai neste patamar até os 5000 rpm. Uma característica do uso do compressor, é que já a apenas 1500 rpm, o motor entrega 61.2 (77%) kgfm e a 2000 rpm, 71.4 (90%) kgfm de torque. Toda esta força do motor, faz o SLR atingir os 100 km/h em apenas 3.8 segundos. Para as marcas de 200 e 300 km/h a partir da imobilidade, são necessários apenas 10.6 e 28.8 segundos, respectivamente. A máxima é de 334 km/h! O escalonamento da velocidade é feito através de uma caixa automática de 5 marchas, mas cujas mudanças podem ser feitas manualmente através de botões no volante. Há três modos de mudança: Manual, Confort e Sport. Nos dois últimos, as mudanças são automáticas, com a diferença que o modo Sport permite uma condução mais agressiva. No modo Manual, ainda há três opções: Sport, SuperSport e Race, que incrementam gradual e sucessivamente os tempos de respostas nos engates das marchas.

Para manejar todo este poder, nada menos poderia se esperar do sistema de suspensão, do que um sistema independente nas quatro rodas, Double Wishbone atrás e na frente, com braços fabricados em alumínio forjado. A geometria e a calibragem de molas e amortecedores foi ajustada de forma a conferir cambagem negativa em curvas em alta velocidade, de modo que haja contato com o pavimento em todas as circunstâncias. Tanto para efeito de segurança, como para favorecer a dirigibilidade, na frente a suspensão conta com recurso anti-mergulho, que evita que a frente do carro desça demasiadamente em freadas, o que diminuiria a aderência no eixo traseiro.

E embora não deve ser o desejo de quem conduz esta máquina, ela precisa parar. Para dar conta do recado, um sistema com enormes discos de compósito de cerâmica de 370 mm à frente (ventilados) e 360 mm atrás (sólidos). A assistência é eletro-hidráulica e conta com o SBC (Sensotronic Brake Control), que é muito mais do que um simples ABS. O SBC entre outros recursos, distribui a força de frenagem entre as rodas internas e externas durante uma curva, de modo que a externa recebe maior frenagem devido a maior pressão do pneu externo contra o solo (aderência maior), ao mesmo tempo que reduz a força na roda interna à curva, para garantir o direcionamento da trajetória. O ESP (Eletronic Stability Program), está integrado aos outros sistemas eletrônicos de gerenciamento do carro, de forma a garantir melhor dirigibilidade e até mesmo correções em situações de condução extrema.

O aerofólio integrado, além de elevar-se 10º acima dos 90 km/h para garantir downforce, pode ser ajustado manualmente em controle no console, até 30º. Além disto, também funciona em frenagens bruscas, elevando-se a 65º fazendo o papel de freio aerodinâmico e aumentando a pressão sobre o eixo traseiro. Para garantir tanto as condições adequadas de aceleração, frenagem, estabilidade e controle sob diversas situações de condução, o SLR McLaren vem equipado com grandes rodas 9.0J X 18" à frente e 11.5J X 18" atrás e, calçadas em pneus 245/40 ZR18 e 295/35 ZR18, respectivamente. Como opcional, o carro pode vir com rodas de 19 polegadas em formato de hélice, mais parecido a uma turbina.

São números e características impressionantes, que apenas um punhado de carros são capazes de atingir e outra quantidade ainda menor pode superar. Apesar de ainda não especificar um preço exato ou mesmo quantidades e mercados atingidos, é certo que também que assim como não hajam muitos concorrentes, não deverá haver um número muito maior de possíveis felizes proprietários!