quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ferrari 612 Scaglietti

Ferrari 612 Scaglietti

O Ferrari 612 Scaglietti alia as performances de um superdesportivo com um habitáculo para quatro pessoas, a exemplo do que aconteceu com os 250 GT dos anos 50/60 e o Daytona da década de 70. Face ao 456M (da década de 90), a que irá suceder no catálogo da marca já em 2004, apresenta uma carroçaria mais volumosa e uma maior habitabilidade, apesar de o seu peso ser inferior em cerca de 60 kg.

O ganho em peso resulta da adopção do alumínio utilizado tanto no châssis (space-frame) como na carroçaria deste modelo que será produzido nas oficinas da Carrozzeria Scaglietti.

Tal como acontece com o 456M, o motor surge colocado em posição central dianteira (atrás do eixo anterior) e a caixa de velocidades na traseira, formando um bloco com o diferencial para garantir uma mais correcta repartição de massas (46% à frente e 54% atrás) e uma redução do centro de gravidade, o que contribui para melhorar o comportamento dinâmico.

A Ferrari já admitiu que o 612 Scaglietti será capaz de ultrapassar os 315 km/h e passar de 0 a 100 km/h em meros 4,2 segundos. Com performances desta ordem, os auxiliares de condução são importantes, pelo que, para além da suspensão gerida electronicamente, a marca anunciou a adopção de um sistema electrónico de controlo da estabilidade e da tracção (CST) que será utilizado pela primeira vez num Ferrari.

Motor V12
O motor é - como não poderia deixar de ser num Ferrari com estas características - um V12, tendo a escolha recaído no bloco de 5748 cc que equipa o 575M Maranello, embora tenha sido evoluído ao nível da admissão e do escape, o que lhe vai permitir chegar aos 540 cv às 7250 rpm, representando um ganho de 25 cv ao mesmo regime, apesar de o binário máximo (589 Nm às 5250 rpm) ser semelhante.

A transmissão manual de seis velocidades está prevista quer com comando manual como com um comando eléctrico de nova geração, denominado F1A, pensado para conciliar a velocidade de engrenagem tanto no modo manual como de forma automática.

Se a escolha da arquitectura do motor (12 cilindros) coincide com a opção de Enzo Ferrari para os seus primeiros automóveis, Luca di Montezemolo manteve-se fiel ao seu designer habitual, a Pininfarina, que já havia desenhado o 456M.

O 612 Scaglietti está longe, no entanto, de poder ser visto como uma evolução do actual coupé, apresentando uma imagem original, que alia o dinamismo e a elegância, apresentando um "recorte" côncavo na zona posterior das cavas das rodas dianteiras que a Ferrari admite ser "uma riminiscência do 375 MM" que Pinin Farina realizou em 1954 para Ingrid Bergman (ver caixa).

Face ao 456M, a distância entre-eixos foi aumentada em 13,9 centímetros, garantindo uma maior habitabilidade, especialmente para os ocupantes do banco traseiro, que passam a ter mais espaço, seja ao nível dos joelhos ou ao da cabeça.

O maior volume da carroçaria permitiu também dilatar o volume da bagageira (240 litros), que cresceu cerca de 25% relativamente à do 456M. Deste modo, o novo 612 Scaglietti pode transportar um conjunto de cinco malas desenhadas especificamente para ele, ou dois sacos de golfe.